terça-feira, 21 de julho de 2009


- R a s c u n h o d e g a v e t a -



[ f r a g m e n t o i n a c a b a d o ]



MIOPIA

Pontos embaçados coloridos permutando nas estrelas da noite sem lua. A dúvida transcende. Papel de embrulho amassado sobre meu presente inacabado. A cabeça vazia vaza de pensamentos que estouram o fundo da cabeça. Indignações.Transfigurações de mensagens. Imagens. Os pontos embaçados, os textos sem palavras, a garrafa inerte no movimento reflexivo. Crânio exposto. Cabeça estourada. A escadaria e as veias inúteis do guardador de carros que passa cinco vezes seguidas na minha frente. Lona de fome pelas narinas. A bailarina de pés quebrados dançando em meus lábios pelos goles furtivos. Caixinha de música e paisagens. Abismo de eloquência. Será mesmo de imagens meramente uma seqüência? A rima está encaixada no entender do pensar neste momento. O fragmento é um todo por si só, não é preciso ser terminado para que seja algo, para que signifique algo. Os pensamentos são pedaços dos gestos, muitas vezes, inexistentes. Assim como, isolados, somos fragmentos de nós mesmos. Há dúvidas. Há dúvida na cabeça estourada em goles e ex-tragos. Há dúvidas se se deve usufruir da majestosa arte e cultura, e lutar pelos sublimes ideais dela ou se se deve frustrar pela luta eterna contra caos, pavor e justiça porca da humanidade ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário