segunda-feira, 30 de maio de 2011

3:08, Stanley Kubrick


                                                                                                                                                                         
            Quis chorar toda a dor de dentro. Escorrer pelo ralo. Mas não saiu...                                                 
                                                                                                                                                                         
         Queria ser aquela linda solidão na chuva do gramado. Aquela bela fresta da janela de uma porta onde ninguém fala. Ninguém houve. Aquele inverno na ponta dos dedos. Coração quebrado.                                                                                                                                                       
           Quis ser o ralo e levar todo o choro por dentro. Quis jamais ter te encontrado. Quis ser o respiro dum sono profundo e um inespaço no mundo. Quis ser a dor que me doía. Sumir na ausência. E jamais ter amado. Queria ser aquela bela solidão na chuva do gramado.                   
                                                                                                                                                                                   

terça-feira, 24 de maio de 2011

D.R.E.A.M.


The mute mouth scream.

Dress drench of dream
Cream creeps for the hands
like sand . . .



my realiteen!

domingo, 22 de maio de 2011

Desabafo Crônico



O corpo, que tanto necessitava da disposição, a segurou na preguiça morna da manhã Outono-Inferno. Era menina e mulher que debaixo do edredon não tinha traços. Era uma delicada foto feminina sem forma.

Abriu os olhos e deixou de ser nuvem. 
(Os sonhos ainda estavam acordados)

Na manhã. Na preguiça morna. No gole do sol nos olhos. Do café fresco. Gosto do futuro no hálito de vapor. De nuvem. Fuligem na estante. Acumulando gritante a calma que pousa pelo desespero da falta de opção...

Sol interestadual a queimar. Inatingível à noite anterior de suposições. Ilusões. Cruéis como a realidade. Piores que o sentimento heróico após um filme. Um crime.

Um sol, no relógio dos olhos claros-escuros, guardado debaixo do edredon. Arquivado na vaidade de lembrar o futuro. Escuro como o gole de café no turno que é quente como o beijo de lembrar mil vezes. Mil e poucos minutos de miragem. Dunas de Santo André. Montes... Imagem de um sentimento heróico após um filme. Uma reflexão.

Levar sem tocar o que mais se sente.

Ela se ressente com essa repetição. O corpo se serve de mais uma dose de café. Doze. Treze. Mil e treze goles diários... O relógio, afastando e aproximando tudo. Os olhos, atrasando tudo. O quarto, mudo. Com o corpo gritando pelo avesso o cochicho das horas na delicada foto feminina. Fé menina.
Incensos não acesos. Daruma de olhos brancos. Brando céu. Gotas no colchão. Um monte de palavras inúteis não ditas. Calada da noite.  

Ela volta para debaixo do edredon. Ela e o corpo: levando sem tocar o que mais se sente. Sendo amor. Sendo nuvem. Sendo ela, sou eu. Ressentindo a repetição.



quinta-feira, 19 de maio de 2011

-------------------- - - - Sky Skating


Patinar com os pés descalços na tua pele de asfalto. Pisar em falso e levar com a barriga a vida de fome que permeia os maciços pensamentos que fazem a inevitável sina: ser artista.

A arte na minha conta bancária é niilista...!

Inevitável sina. Fina como a corda bamba onde se patina com os pés descalços. Circo sem pão. A negação do motorista fechando o vidro fumê. Semáforo que só diz "Pare!". Shown the show dos malabarismos estrangeiros invadindo a terra que me concebeu como clandestina. Norte destino congelado. Pernambuco, Canadá, Groenlândia.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ídolo (acontecimento do futuro da memória)

"- Ídolo bandido ... 
Roubaste-me com beijos !


Alimentaste-me com inspiração
e a levaste ...


No desastre da tua forma de paixão
Minha mão congelada
Só escreve silêncios
de eterna negação."

terça-feira, 3 de maio de 2011

Drishti

Teu sorriso sedutor
me olha
de uma foto antiga
Sépia viva
Alças caídas
despem o gemido
no olhar desejoso
Hálito de libido
Voluptuoso
Torturoso provocar
no jogo relutante
de eternar cartas na manga
na mesa, na cama
Na tela
Vanessa te-me tocando
inflamando vela
do barco
espasmo
Orgasmo de espera
que entra pela tua súcuba janela
Como a sede de fogo
do sol
de 1013 madrugadas
amanhecendo em 
Nós

domingo, 1 de maio de 2011

Erótico alvorecer



        (à Alba Brito)


                           

O suor
    a escorrer parafina
    na pele dos olhos de menina.

A esquina da tua língua
à míngua das palavras

Ah...


             Súbto levantar no enlaçar
      da imemória
                 
                         Suspiro comestível

no cosmo da

Palha do teu
      respirar de fogo.