segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Whisky com guaraná e gelo


Sei que levo carimbo de boi invisível no dorso. Sei que tenho marcas por tanto ímpeto que me vem como explosão dentro de mim, desde sempre. Eu sei que sou um exagero que prega o meio termo. Mas só desejo num querer tamanho até então.

A incerteza do talvez amarra minha garganta. Torna minha língua incapaz. E a boca sela a mente absorta colada na parede do quarto como foto antiga de uma lembrança inexistente.

Queria saber desenhar de verdade para não ter que falar palavra. Eu queria sabe pintar todas as cores só com grafite de lapiseira. E então jamais simular revelar o inexplicável com a inexatidão de uma metáfora.
Eu queria não ter olhos por um décimo de segundo. Nem jamais quis ver o que fala a boca dos olhos de um gesto quando ele dói.

Ainda assim, quando em silêncio fico com almofada comprimida à face. Achava eu que o silêncio era pros sábios. Mas quando silencio, solto; quando falo mato.

Talvez a sabedoria não esteja no silêncio, mas nas horas certas de falar e se calar.

Se calar não é ficar em silêncio. É não dizer.

domingo, 6 de dezembro de 2009

É madrugada. Qual é meu mérito de estar em pé antes do sol raiar, e qual é minha vergonha de sentar antes do almoço se não há motivo, nem platéia?
De que vale a impecabilidade sem palco? Muito. Mas esse muito cansa às vezes. E "às vezes" é muito e muito quando parece não haver sentido nenhum nisso.

"Montanha Mágica" fascina.
Eu quero um dia e sol e um copo d'água.

Não sei se meu pai vive. Minhas falas de que tive traços de ensinamento de secura e observação oriental me perseguem aos lábios até nos sonhos. Só nos sonhos pra que eu diga algo por estes dias...
Não tenho dito tanto a ninguém.
Me foi ferida exposta ver meu pai sem me ver. Numa cama encurvada como num campo de concentração de operados de peito aberto.
Desejaria eu ter o peito aberto sem saber dizer "eu te amo".
De qualquer forma julgo ter a dor te ter sabido (e isso ser vão), e tenho que disfarçar um pouco.

O pouco é quando vejo alguém. E tenho evitado ver pessoas.

Tenho que dizer que está "tudo bem", mas acabo não dizendo porque não sirvo pra isso. Meu pai servia, mas nem me reconhece... Meu pai só quer dormir. E eu nas madrugadas estranhas em meu quarto... Que vem mudado muito, e eu talvez não.

Minha mãe tinha ciúmes de meu pai quando eu era criança. Agora ela acha que faz mais por ele que eu.

Não sei medir ajuda, quando não se pode fazer nada. Não sei rezar, tampouco julgo saber agradecer.

Julgo ter mais do que mereço, mas não sei não ter se já tenho. Não sei senão que ter um pai cruel é pior que ver a crueldade franca de seu pai olhar disperso em seus olhos cheios de fios e agulhas e não saber quem és tu.

Como posso dizer isso a quem esbarro na rua? Não posso porque não é necessário. O mundo não pode parar porque algo na vida para. Mesmo que o mundo seja parte da vida e a vida parte do mundo. Não pode. E dói. As pessoas giram. Não sou muito. Nem nada pros outros e massa pro mundo, mas ele não para porque estaciono meus pensamentos absortos no não-reconhecimento, nas não-façanhas... Je ne sais pas.

Há um fogo absorto que queima sem arder as pontas de meus dedos sem brasão. Só escudo sem sentido. Sentido. Que queima sem arder.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ao nosso querido Ms. R. Willians...

Ah... Não que eu venha a estudar a etimologia das palavras, mas, até onde posso notar, "stripper" é um termo da língua inglesa e não da latina. Dá para notar, será?
Bem, se dá, se é tão óbvio que "stripper" é um termo que melhor se encaixa nos EUA, não tenho tanto a dizer sobre isso. (Inclusive os poetas americanos e os celebridades "pop" em seus saraus cheirariam mais de mil toneladas numa unica noite nalgum sarau daqueles atores que fazem filme e não arte..).

Ah...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Parte VII - [Final]

Só há lembrança se houver tempo. O tempo é o maior remédio; as lembranças: o veneno.
A diferença entre o veneno e a cura é a quantidade.
Sim. Sabemos.

Sabemos que ficar bêbado parece mais divertido aos sóbrios. Não?! Já não sei tão bem, não bebo. Sempre achei engraçado ver os que bebem, teóricamente até entenderia melhor.
Vi estudos que dizem sobre a forma do cérebro trabalhar após a ingestão de álcool e o seu desenvolvimento quando seu portador fica ébrio. Já ouvi falar muito. Já vi muito.
Podem dizer que vivo em ressaca sem ter provado. Vejo os bêbados e os acho patéticos, por isso não senti a necessidade de me embriagar. Sou cônscio de que é melhor nunca provar que sentir o sabor e depois ter que me abster. Foi o amor que me ensinou isso...


Encarar as pessoas têm sido o meu desafio diário, porque isso me faz ter que encarar a mim diante delas.
Hoje eu sonhei que matei novamente. Não foi um pesadelo.

(pausa)

Por acaso você teve leite materno? Pois bem, sua visão será diferente daquele que foi desmamado mais cedo e daquele que nasceu prematuro.
Minha vida foi prematura. Tornei a morte de outros prematura também... Mas não sei se posso ser um Deus por ter decidido sobre outra vida . Posso? Se não posso o que sou? Não era essa a minha intenção, mas será que Deus-todo-Poderoso tinha a intenção de ser? Achei que "ser" simplesmente fosse.
...Você não saberá responder.. não foi treinado para isso, não é?! Por isso matei de novo.

(suspiro)

Quero dizer que o que nos influi não é regido somente por nós. Mas não adianta pôr culpa nos outros fatores que nos somam pelo nosso resultado. Quero dizer... Mas não disse...
Você não é ninguém! Não posso te tocar! Se te toquei foi por palavras, mas as palavras não são recíprocas de verdade. Não pode me tocar. Você não é. Você não me toca. Só minha imaginação poderia fazer isso.

O espaço de tempo rege.

...Por isso matei de novo.
Porque "primeira vez" é a porta.
Tendo a chave em mão não podemos resistir às fechaduras.
Sabemos que não podemos, mas podemos negar isso a nós mesmos se incomodar o poder.
Deve mesmo incomodar "o poder" para quem quer ser Santo.

Ah !
Não aguento.
Estou fragmentado.
Não aguento.
Estou acabado...

Fui longe demais. Minha sinceridade vazou depois de tantos anos, fugiu de meu controle. Franqueza é dádiva? Até mesmo as dádivas quando em excesso viram pecados. Então, além de um criminoso, sou pecador. E você só um padre.

Fui longe demais. Ficou mais longo que pensei porque disse o que penso (não o que tinha de dizer..). Vou transformar tudo isso num texto, que acha? Assim que me matar, eu escrevo.

domingo, 6 de setembro de 2009

Parte VI

Já amei muito também. E isso é uma das coisas mais cômicas de minha vida. Eu já perdoei muitos erros porque imaginava que não estaria livre de cometê-los, afinal sou humano e acreditei nunca me esquecer disso, por mais que eu ponderasse minhas vontades mais intensas na vaidade da perfeição.
Eu acreditava em santos. Todos os meses acendia velas de sete dias, que duram três, e orava por aquelas imagens alvas e ternas..., mas na verdade orava por mim. Os clamores existem pelo interesse que nossas necessidades nos causam, eu confesso.
Temos muito mais maneiras de como demonstrar a tristeza e dor que felicidade.

Quando vi minha condição de homem me encarando explictamente e decidi deixar de ignorá-la, fiquei num dilema se a negaria mais uma vez e sentiria aquela sensação da falta de alguma coisa, mas com a grandiosidade que a resistência nos proporciona, ou se aceitaria de uma vez por todas para me libertar de mim mesmo, de minha falsa santidade, de uma imagme que servia para minha sobrevivência e, ao mesmo tempo, me matava.
Quase me mataram quando decidi viver. Era tão bom quanto dolorido, como contar a verdade sendo ela dura.


Enfim, eu amei... E por desgraça fui correspondido.
Nesta época de vulga cegueira eu já enxergava a verdade. Achava que a grandosidade de um sentimento fosse capaz de fazer com que as pessoas perdoassem em seus elegidos amados o que não perdoariam nos outros. Isso é vestígio de grande ingenuidade. Para ser ingênuo não precisa ser inocente, basta acreditar. (Acreditar é a chave.)

Com este mesmo caso de amor, aprendi que a mentira é necessária até mesmo nos momentos mais sinceros. Parece absurdo, mas é verdade. (A verdade costuma ser absurda porque não convém ..)
Entende agora? Entende por que fui queimado pelos meus próprios padres de confessionário? Espero que não seja o seu caso..
De qualquer forma, aprendi a ser santo depois de queimado, como Joana D'arc.

Hoje em dia, minto quando me convém. Isso não me impede de ver a verdade. E não me incomodo pelos outros, alguns chamariam isso de frialdade se soubessem.
Vejo a perfeição caminhar lado a lado com a frialdade. Quem não sente dor, nem paixão, nem libido, nem raiva, nem inveja, nem possui tendência a quedas pelas tentações, nem vícios, nem tem medos, nem aflições, nem muita fome ou doença, nem sofre e consegue encarar as hediondas injustiças cotidianas de forma pacífica, está em via das condições de ser perfeito, no mínimo canonizado se não puder se livrar de suas compaixões e sofrimentos.

Eu precisei ser uma Joana D'arc varonil.
Varonil? Desculpe-me. Termo pouco usual, não?! Varonil vem de varão, termo que indica masculinidade, encaixando-se somente a homens mesmo, assim como virilidade é típica de homem. Usei isso para que não me julgasse por ter me comparado a uma mulher, afinal qualquer coisa besta é motivo para piadinhas de enrustições gays. Isso é bem pejorativo à imagem do homem perante a todos, como se hoje em dia houvessem cavaleiros medievais com seus brasões e títulos nobres para honrar... Nem isso temos, mas honramo-nos aos olhos até de quem não nos verá nunca mais. E esta mesma sociedade prega que não devemos ter preconceito...

Mas esqueça, a verdade é absurda. É claro.

sábado, 5 de setembro de 2009

Parte V

Vejo, por vezes, na incredulidade sua face.., mas qual o sentido de Jesus transformar água em vinho sendo que para matar a sede basta a água? Creio em Deus sim, mas não em Jesus. Está escrito na bíblia tantas coisas ... Creio em Deus sim, mesmo sem ter lido de cabo a rabo o livro que homens fizeram para simbolizar sua palavra. Pego a fila pacientemente e reflito ajoelhado. Como a hóstia mesmo sem ter sido batizado. Pecado maior seria se eu tivesse sido batizado e isso se tornasse algo inútil em minha vida. Os pais vão batizando os bebês como se fosse lei, eles nem perguntam aos filhos se querem ser batizados, nem se gostam de seus nomes. Sei que é normal dos pais não perguntar. Eles sempre sabem o que é bom e é isso que desejam a seus filhos, do jeito deles, mas desejam. Por isso muitos deles impõem religião como impõem um time de futebol. Antes, confesso, via isso sem conseguir compreender, mas, hoje, entendo. Um assassino ser empático? Ah, sou sim. Sou tão empático quanto masoquista. Sadomasoquista aliás. De qualquer forma não senti verdadeiramente suas dores porque a morte não dói a mais ninguém tão intensamente quanto àquele que vive. Doeria-me mais ver os japoneses pegando metrô no horáro de trabalho enquanto seus guardas os socam como punhados de roupas num cesto de palha. Falando em Japão, já viu a notícia de um típico cidadão normal que certo dia saiu rua afora a esfaquear qualquer um que lhe aparecesse na frente? Se não me engano, esfaqueou 5 (...Por 2...). A Sandice mal cuidada torna-se em uma ebulição incontrolável. É como se se um arbusto virasse vulcão e jogasse lava em todos os lugares possíveis só porque foi podado a vida toda. Mas isso é relativo..., nem todas as pessoas conseguem justificar seus atos com sofrimentos passados. Acho que já disse, não?! Acabo repetindo mesmo. As repetições são inevitáveis na vida. Eu não teria dito duas vezes se não tivesse pensado mais... Óbvio. Sabe... Tem tantas coisas que deixam de ser óbvias quando não temos a prática de questioná-las.. Lembra quando disse que sou Deus sem bíblia? Espero que não tenha encarado como heresia. Se posso ser pagão serei pagão por pensar, afinal,, você crê em tudo que houve se ouve? E vê se houve? Já ouviu falar na Teoria do telefone sem fio? HUm, imaginei, mas certamente se lembra da brincadeira, se não brincou disso na rua, algum professor fez um círculo certo dia na sua classe e pediu que alguém disse uma palavra ou termo ou frase inicialmente e cochichasse no ouvido do outro. E assim seguiria até chegar no último da roda. Este mesmo último era encabido de dizer em voz alta o que ouviu, certo? Em muitos casos, na maioria deles para ser mais específico, a palavra primeiramente dita sofria mutações de sentido porque cada um ouviade forma diferente. Se numa brincadeira tão simples uma mera palavra muda, acha mesmo que outra não mudaria com o passar de gerações e anos por várias bocas e ouvidos e olhos distintos? Por isso havia dito que sou Deus sem bíblia... Faço e muito bem meu papel de cristão, mas além da consciência de que há algo além de nossos aléns, algo superior, onipotente e onipresente, primariamente Eu me rejo. Que o "inferno seja os outros". Deveríamos ser mais sinceros com nós mesmos e nos dizer que não há culpado algum para nossos atos além de nós mesmos. As "barreiras" que tanto nos atrapalham são quase onipresentes sim, mas interferem, não regem. Dizer que não andamos pelados na rua ou que não matamos alguém que desejamos matar porque "a sociedade nos interrompe" é balela. À sociedade são impostas as rédeas chamadas de lei. Você pode ir preso sim, isso é consequência, mas a consequência não impede o ato. Negar seus próprios pensamentos que partem de seus próprios desejos é negar a si mesmo diante do espelho. Talvez por isso que muitos acabam por detestar espelhos. Refletir dói. Saber sobre si haverá sempre de doer mais que saber sobre os outros.. Ter o conhecimento de outro sobre algo que afeta a si dói dobrado.

Parte IV

Ainda que seja eu um Dr. Assumido, não ironizo minha própria profissão como muitos colegas. Dou muito valor à vida animal, humana em especial.
Se a carne é cortada é com zêlo, não considero como um mero pedaço de peça pendurada, já inerte, num gancho, não... Se for pra ser uma peça, prefiro dizer que é uma parte sob o domínio de minhas mãos. Facultei-me muito para isso, para ostentar o que já via desde criança sem diploma algum. Não precisamos de medalhas para ostentar o que enxergamos desde o início, mas talvez necessitamos das batalhas para adquirir tais títulos e melhor enxergar o que víamos. É bem relativo.
Eu poderia apenas falar que valorizo as pessoas pelas carnes que elas possuem, mas estascarnes teriam apenas o valor de peças de açougue se as pessoas não pertencessem a si mesmas.
Pode parecer frialdade ver deste modo, mas é meu mérito, entende? Diga aonde é que está o mérito das pessoas quando elas só valorizam realmente depois de ver o preço? "Tudo tem seu preço". As frases populares não surgem a tôa.
Como assim?
Uma vez ouvi uma história de um dono de um estabelecimento ajudando uma garotinha sem nenhuma má intenção. Coisa rara.. Muito cordial e sincero, após salvar a garota dos perigos da rua, finalizou antes de ir embora dizendo algo do tipo: Se cuida menina, tome esta ajuda e não se preocupe em me pagar. Eu tenho uma filha da sua idade e jamais desejaria que passasse por estes apuros. Fica com Deus.
Ah... Generoso rapaz ingênuo, Deus estaria com a garota até mesmo nos apuros. Afinal Ele é onipresente, não?! Tanto... mas podemos dizer para ficar mais bonito que Deus a acompanhava naquele momento de ajuda...
Mas estaria ela com Deus se o bom rapaz não tivesse uma filha?
Contudo eu creio em Deus,,, não creio é nas pessoas.
Não se incomode em pensar ou rebater sobre NOSSA bonita (e convencional) mesquinheza. Alguns a chamam de Amor e isso basta.

Parte III

Matar pelo impulso de um sentimento forte não é crime, mas pecado. Os pecados partem da consciência do abuso de algo. Não, não o abuso sexual, mas a luxúria; não o abuso de poder, mas a soberba; não a chacina, mas a ira.. Os primeiros aqui são só crimes. Não há "Aves-Marias" nem "Padres Nossos" para salvar.

Violar os 10 mandamentos é a base do crime. Para Hércules foi uma questão de honra inútil. Depende do personagem de cada crença.

Não Preciso mais insinuar o que sou ou deixo de ser.. Só pra te explicar mesmo. De qualquer forma eu já me seria sem tudo isso. Bem mais que todas estas palavras, porque não me digo. E porque vejo em sua cara dúvida nas minhas tentativas de dizê-las da minha melhor maneira natural.
Pense que o número de cabeças de hidra era divino e sagrado antes de nascer o "filho de Deus".
Antes da inquisição Hércules precisou atear fogo para que vencesse. Isso mesmo antes dos padres terem a mesma idéia.
Seus conhecimento de mitologia são menores? Ah, os meus também,, só tive a sorte de ouvir mais vezes por aí. Você pode procurar no Google, consultar no Wikipédia e enfins, é simples. Talvez a narrativa cibernética seja mais clara que a minha.. Que é mais reconfortante, é sim.

Na internet já vi até que Camões fez poemas sebastianistas e que a Inquisição nem foi tão horrível assim... E que o Ku Klux Klan pode nem ter existido..

(R i s a d a a l t a )

Por que este olhar?

O que me torna grande é o conhecimento sobre a origem das coisas que me interessam, e tudo me interessa. Até mesmo quilo que desconheço (,ainda).

O desconhecido atrai como uma fruta exótica no verão de sede. A melhor forma de se abordar o desconhecimento das coisas que nos cercam não é a "consciência" que se cria com elas, mas o "além" das respostas, ou seja: as perguntas.
Que é isso? Daonde ? De que é feito? Qual o sabor? Como afeta? Quem é esse? Onde mora? Qual a origem? Qual seu ponto fraco? Como se tornaria mais interessante? Como te afeto? Qual a forma mais interessante de fazê-lo dormir eternamente? Tem consciência de que quero ser seu pesadelo pelo desejo de fazer com que durma?

(Riso morfético)

Não, não se assuste. Apenas pensei e na minha igreja pensar não é pecado.

(P a u s a )

O que me torna grande é o conhecimento de que sou capaz de ter.. . O que me torna grande é ver algo e entender que aquilo sendo daquele jeito é seu máximo.

Um detalhe, mas sublime. detalhes são sempre sublimes. Por isso uma flor arrancada por uma crinaça no jardim com a intenção de presentear se equivale, não não: se sobressai a um buquê ornamentado da floricultura numa data comemorativa. Isso é muito romântico, não?!

Não são os detalhes que tornam a arte "arte"?
Natureza é arte, pois incompreensível, mas, por ironia, alguns acham que arte é definição.

Eu também já achei por muito tempo . . . Mentira, nunca achei.

domingo, 9 de agosto de 2009

Parte II

Insano é saber que ainda há a possibilidade de ouvirmos que tomar banho todos os dias tira a proteção que possuirmos naturalmente em nossa luz. Insano é achar normal dizerem que quando uma pessoa é mal-tratada é tratada como "um animal". Mais insano é tudo que escutamos diariamente nos jornais com naturalidade.

(suspiro)

Mas a insanidade da humanidade não me livra das minhas loucuras. Só não consigo ser louco para mim porque me compreendo nitidamente.

Cheguei até a achar que não me era tudo evidente a partir de quando comecei a ter subtamente o desejo de dormir para sempre, mas sem fenecer. Até cheguei a achar isso quando eu desejava que os banhos quentes nunca cessassem com seus vapores oníricos em meu corpo, em meu nariz e pele, até meu sono.
Eu poderia largar tudo e passar o resto de minha vida na dormência de um longo banho quente e acreditaria ser esse meu paraíso se o "paraíso" não fosse feito para a morte.

Perceber sem notar é o que dá a muitos o "poder" de chamar essa vontade subta e indizível de nada transformada em sono de depressão. Ficamos então sem interpretar isso, e palavras são signos interpretativos, são imagens auditivas. Não podemos achar que é fácil desenhar um som. Por mais que o próprio ser humano, criador da palavra, diante sua necessidade, tenha criado símbolos para "vermos" a palavra. Ela é permanente sonora. A leitura é uma técnica para "vermos" as palavras. Quando lemos em voz alta: falamos; quando lemos sem dizer nada, a nossa leitura torna-se uma voz em nossos pensamentos. A voz move o corpo antes do olhar porque ignoramos essa percepção. O olhar sabe sem ter a necessidade de definir o pensamento.

Quando essa nossa "voz" diz algo em nossa mente sobre algo, chamamos de pensamento, talvez até de "planos". Quando sabemos sem essa voz, chamamos de "instinto", de "inconsciente".

Saboreio fatos quando transformo meus instintos em palavras. Assassinato é o nome que poriam se soubessem de pelo menos uma história obscura minha, mas isso prefiro manter como indizível. Não, não por ser mais cômodo, não dá para buscar comodidade sempre nos caminhos da vida porque viver é difícil desde o princípio. Por mais que vivamos a nos sacrificar para a ostentação de algo que nos sacie, não há mais samurais...
Prefiro manter como indizíveis os atos que puseram os detalhes somente a meus olhos após a sensação das mãos e da espinha dorsal em batimentos cardíacos ofegantes... Porque tudo aquilo que eu usasse para definir em palavras soaria como justificativa, ou narrativa barata, da somatória de causa e consequência. Não entendo porque a necessidade humana de justificar seus impulsos existe.



Então, entenda, que somos pecadores pela nossa consciência, mais que pelos atos.

Tenho consciência de que um tiro certeiro é só suficiente para matar ou que um soco bem dado torna-se ínfimo quando nomeamos nosso desejo por "instinto". E por instinto ouve-se crime de onze facadas, cinco tiros e espancamentos.

Com tais peculiaridades criamos um grande receio sobre o instinto enquanto o grande perigo está no portador dele.


Um famoso velhinho austríaco não se contentou em engravidar a filha dele uma vez . Sete fora o seu número. Divino & sagrado. Ainda assim o velhinho dvide a cela com um outro homem que deu onze tiros na ex-mulher.

O que ambos têm em comum é o fato explicitamente indelével de alegação acidental.

Um tiro, o primeiro, não foi acidental... Os outros é que foram, mas é mais provável dizer o contrário.

Por mais que dividam a mesma cela não deveriam estar no mesmo lugar. O fulano que deu onze tiros foi movido pela força de sua adrenalina; o velhinho não. Ele usufruiu lentamente de seu poder carcerário ...durante longos anos. Lentamente... São atos puramente distintos, deveriam ocupar lugares distintos também.

A tal da justiça põe como igual o que tiver o fim igual (tirando a nós mesmos enquanto vivos). Não interessa como se mata, a morte é o final das contas.

A adrenalina é quente, a lentidão é fria.

Preciso apresentar isso de forma detalhadamente analítica sendo que é clara a diferença daquilo que é frio praquilo que é quente? Então, não valeria a pena dizer que a funcionalidade de um serial killer e um médico é motivado pelo mesmo objetivo. Sim, ambos têm vidas em mãos, ambos podem ser consideravelmente motivados pelo prazer do jogo de ter uma vida em mãos em determinados momentos. O prazer de ambos está no jogo, não na finalidade. Por mais que um médico possa ser tão canalha quanto um criminoso, ele é mais podado, tem sua imagem constituída pela roupa branca e o "prezar pelo bem da humanidade" enquanto o outro é abertamente funcional para o papel de um mau-caráter. Tenho o consciente papel de um Dr.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Relato de um Assassino

[] Parte I


Todos os dias prometo ser melhor no dia seguinte... Eu poderia matar mais.. Se já não estivesse morto. Usufruo disso.
Se tem algo que podemos mostrar convicção é sempre sobre nós mesmos, principalmente quando isso é composição bem sucedida de hipocrisia.
Nunca ficou de ressaca? A sobriedade humana não nos livra disso.
Eu sou Deus sem bíblia e ninguém me prega, ninguém me praga. Estou na escuridão, tenho a ilusão de que mostrar através de mim o que possuo de conhecimento posso contribuir positivamente para o mundo. E, ao mesmo tempo, tenho consciência de que os pequenos detalhes afetam mais a mim que aos outros porque tenho consciência de que mais simples não é mais fácil.
Minha dor tem peso sobre minha carne, minha consciência já não sei.
O que é abstrato pode ser incessantemente distribuído, e com isso, infinitamente carregado. Por isso os templos fazem tanto sucesso. Também sou fascinado por rituais.
Orgias mentais consomem sutilmente através dos vícios. Cinco mãos em um coração. O desespero fascina o fardo de algo.
Nasci bem antes de agora, mas só agora me carneio oficialmente. É difícil entender, mas o que torna impossível é o força de sua vontade.
Justamente por isso fujo do tempo. Por condição humana é mais condizente que fujamos do que não nos encaixamos do que nos adaptarmos mutuamente ao que não nos pertence verdadeiramente.
Pelo darwinismo social sou espécie em extinção. Sou girafa de pescoço curto. Andorinha querendo fazer verão.
Quando matei, matei pensando nisso; quando violentei, violentei pensando nisso: que eu seria culpado mesmo antes de ter feito algum crime, porque eu tinha consciência de tudo, e isso me tornaria condenado de qualquer forma. Mas eu cumpri meu papel social e isso à sociedade basta.
Antes do primeiro assassinato, eu era condenado por não cumprimentar a todos todos os dias. Era condenado por discordar, por pensar no que não era permitido. Eu tinha o instrumento da inquisição introduzido no meu ânus do mesmo modo que você pode continuar a viver muito mais tranquilamente se ignorar tudo isso.
A dica para se viver bem é simples: toda vez que se deparar com algo que não o agradar e puder evitar, evite. Evite e seja feliz! Garanto qe nem sentirá o instrumento inquisitório introduzido no seu ânus.
Estas minhas palavras serão este instrumento cujo nome desconheço. De qualquer forma não é importante. É ignorável.
Todos os dias prometo ser melhor e falho, mas consigo cumprir meu papel e ser humano. Acordo sem as dores da insônia, mas com a ardência do primeiro tapa na cara.
Fui uma criança dócil, mas todos estes dias de infância eram amargos. Eu levava tapa na cara, mas era tão dócil e sorridente.... Era tanto que esse virou o meu papel de figurante. Inclusive é mentira que eu levava tapa todos os dias, disse isso só para dar convicção àqueles que buscam traumas passados para justificar os atos cometidos. É muito simples explicar erros futuros, mas não dar a receita das coisas boas chamando-as de "dom".
Eu quis justificar minha natureza com os galhos secos das árvores balançando ao vento gelado da manhã mortífera de outono, mas sou do fogo, nasci de uma febre.

Gosto de brincar com metáforas pela capacidade que elas têm sobre a série de interpretações que podemos tirar delas.. . Tenho consciência e isso me torna pecador, mas me divirto com aqueles que sentem culpa sem terem a verdadeira consciência. Como é possível? Pensava eu quando garoto. Agora penso que nem tudo vale a pena ser pensado e que nem tudo que é pensado vale a pena de ser dito.
O que acontece é que algumas pessoas crentes na filosofia de que simples é sinônimo de fácil concordam plenamente com isso se de uma rajada ouvirem, mas não porque pensam, têm orgulho de dizer que têm preguiça porque o almejado no viver é a preservação do conforto.
Inventaram Deus para explicar o que não descobriram como se faz? Não encontramos o concreto por detrás da obra, então, vamos nomear o abstrato! Assim poderemos dormir mais tranquilamente. Fecha áspas humanidade.
Todos os dias durmo sentindo-me mal-sucedido. Venho pensado em viver em viver à base de cafeína crua. Ainda assim estou com as mãos limpas, jamais me suspeitaram, por isso sou do fogo.
Penso em cafeína crua. E destilada... Penso em Deus também. Nem Ele que é feito para consolar o inexplicável definiria...
Eu poderia alegar insanidade mesmo tendo uma calculada consciência de tudo. Eu poderia. Porque o que digo pode ser um bando de absurdos. E o caminho mais próximo da loucura é pelos absurdos, não pela insanidade. Diante disso, alegaria insanidade sem estar insano para me salvar. Afinal quem tem que estar a salvo... ?
Um insano é um absurdista inconsciente e o inconsciente nem sempre salva, aliás, o inconsciente gera riscos e nos desafia o tempo inteiro a um duelo desproporcional.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Algumas definições anteriores encontradas me meus arquivos

Exagerada. Inconstante. Clara. Obscura. Maçante. Forma. Indefinível. Condenada. Subliminar. Ambígua. Mística. Prolixa. Quebrada. Sombra. Madeira. Bruta. Sou o Feio. O exagero pela ausência. O nada que torna o tudo indispensável. Sou quem usa versos no rodapé. Sou dispensável. Um pinguim no meio do arco-íris. Sou quem tem a missão de propagar aquela mudança no mundo com coisas das quais ninguém sente a mínima falta. Sou odiada. Sou admirada. Ou o que quiserem querer sentir por mim. Sou obscura. Sou metamorfose sendo sempre a mesma. Sou antítese por vários lados que se misturam em pedaços dentro do mesmo corpo. Barroca. Romântica. "Pós-moderna". Contemporânea. Neo-seiláoquedasquantas.
[] ACUERDATE, QUE REPOSAS EN GUERRA

Las personas estan a la espalda.
Callendo, despiertas.
Es probable: en absorto.
Un acto llano vale el sudor de la alma.

Quizás fuera nada
.
Por la izquierda el blanco rozó su ojo.
Es problable: quedara en absorto.
Caira en la transfiguracion
A la vuelta del vaso.
Un suicidio.
Caira en blanco.
Risa en rosa, mujer hermosa y la florecencia en rojo.
Derrumbado por la declinación
de las rutinas diarias.

Una mesa en la cama.
Sexo de refleccionar.
Deviene en flor blanca.
Tierra en espiral
Transmutación
de la mente roja
Nadie en la hoja, en su intención
por la caida en calco
Y la manzana,
el café sin azúcar
y el zoquete l mascullando
fueron flanco a la espalda
de otros
Personas de la transformación,
de la obsenidad
tan ciertos...
Mas que reposam sobre la verdad

Despierta! Que reposas y duerme con ojos abiertos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Confessamos entender as coisas de nossa estranha jornada chamada vida quando as coisas se encaixam. Muita coisa faz sentido... Na verdade tudo faz sentido, só não descobri tudo,, ainda. (sorriso)

Me sinto bem, mas com culpa. Bem pelas pessoas ao meu redor que têm me feito rir e sorrir, com culpa por não realizar.

Encontrei um garota no caminho de retorno hoje, por coincidência voltamos no mesmo horário e perdemos o mesmo ônibus... Ela expressou que gosta de mim e de falar comigo porque a faço pensar. Na verdade eu que havia me felicitado por ela ter me inspirado em algumas idéias no meio da conversa. Também me senti bem por responder as perguntas que ela ia me fazer. Não as fazia porque eu respondia antes. Ela calava o que não chegava a dizer e sorria. Também sorri por saber que ainda consigo.

Comecei a dizer que amizades são como relacionamentos só que sem envolvimento carnal. Ela concordou meio suspensa. Continuei. Disse que de qualquer forma todas as pessoas são passageiras pela nossa vida, cada uma com uma medida diferente sobre nós, mas a vida é uma passagem e as pessoas penterncentes a ela também. Que quem estará inevitavelmente conosco por toda a nossa vida somos nós mesmos.

Ainda assim é difícil aceitarmos nossa condição de sermos tão sós. Ela concordou, porque era assim que se sentia.

A vida não nos dá tapa para que viremos a outra face, mas para que acordemos.

Água fria também acorda, mas água gelada na face não mexe com nossa imagem, com nossa identidade, com nosso ego e toda a magem que necessitamos para vivermos dignamente.


Quanto mais caminho e as coisas se desenvolvem para minha formação entendo... Entendo porque minha família é tão fria. Entendo o porquê de meus desvios. Entendo porque o silêncio é tão louvado. Entendo porque é que as coisas pequenas afetam tanto.

De qualquer forma neste ano tenho me deparado com pessoas que têm família calorosa e casa movimentada. Acho isso engraçado ao mesmo tempo que me causa uma estranheza inominável... Não sei que é isso tão bem quanto aquele que já teve.

Tudo aquilo que é duro e frio é cruel e conveniente ..

domingo, 26 de julho de 2009

Ser anfitrião virá a ser lixo indigno de recordação se for para hospedar quem não é bem vindo. Isso é quente e frialdade. Frio pela franqueza, quente pela veridicidade ser premiada da dignidade de virar recordações doces. É por isso.
Sei que meus amigos, tenho consciência de que, são efêmeros, mas faço questão de preservá-los enquanto durem...

Isso é ótimo, só não aprendi a ser assim com paixões, pois não me têm existido. Paixões são como sonhos... Só existem enquanto pudermos crer,, Paulinho Moska bem deve entender em suspiros lapidados em palavras. Ah... Paixões são Deuses efêmeros que é mais bonito evirtamos que a amizade.

(!)

Só não aprendi a ser assim com paixões.

sábado, 25 de julho de 2009

Um "dia branco" é aquele que espelha no céu uma enorme folha de sulfite em sua face, sem uma única frase escrita nela. E estes dias ocorrem quando o sol vira embrião, adormecido.

Respondi a um amigo que quando o dia está branco vemos com mais intensidade a solidão em nossa condição de sermos humanos.. Não preciso falar que dia é hoje. Hoje é dia nenhum.



Sou muito certa de mim e do que tenho como concepção, mas tenho andado confusa.



Brincadeiras me confundem sou péssima em jogos e a vida é um enorme quarteirão de tabuleiros.



Acho que não disse nada, mas isso talvez seja mais conveniente.

terça-feira, 21 de julho de 2009


- R a s c u n h o d e g a v e t a -



[ f r a g m e n t o i n a c a b a d o ]



MIOPIA

Pontos embaçados coloridos permutando nas estrelas da noite sem lua. A dúvida transcende. Papel de embrulho amassado sobre meu presente inacabado. A cabeça vazia vaza de pensamentos que estouram o fundo da cabeça. Indignações.Transfigurações de mensagens. Imagens. Os pontos embaçados, os textos sem palavras, a garrafa inerte no movimento reflexivo. Crânio exposto. Cabeça estourada. A escadaria e as veias inúteis do guardador de carros que passa cinco vezes seguidas na minha frente. Lona de fome pelas narinas. A bailarina de pés quebrados dançando em meus lábios pelos goles furtivos. Caixinha de música e paisagens. Abismo de eloquência. Será mesmo de imagens meramente uma seqüência? A rima está encaixada no entender do pensar neste momento. O fragmento é um todo por si só, não é preciso ser terminado para que seja algo, para que signifique algo. Os pensamentos são pedaços dos gestos, muitas vezes, inexistentes. Assim como, isolados, somos fragmentos de nós mesmos. Há dúvidas. Há dúvida na cabeça estourada em goles e ex-tragos. Há dúvidas se se deve usufruir da majestosa arte e cultura, e lutar pelos sublimes ideais dela ou se se deve frustrar pela luta eterna contra caos, pavor e justiça porca da humanidade ...

domingo, 12 de julho de 2009

[] Se o absurdo não nos causa riso: nos choca.

sábado, 11 de julho de 2009

"Fé cega, faca amolada"

Como é que querem que eu queira crer como creem se penso? Como posso me cegar e doar-me se seus próprios credores tiram teu próprio sentido oh Deus?



Falam que você é quem fez tudo aquilo que não sabem explicar...

Então fica tudo mais fácil, não mais simples.



Me falaram que é feio o egocentrismo, mas nunca o teocentrismo. De qualquer forma não é adoração? Ser adorado é necessário ao abstrato ou para o homem? Qual o sentido?



Por que temos de tratá-lo como se fosse um homenzarrão beeem grandão?



É.... Concordo que a culpa é dos homens e não sua.



O absurdo não é o de haver ira em fenômenos abstratos, mas o de ser vergonhoso não acreditar no que não faz sentido.



Os pensamentos partem dos olhos.



As sensações são coisas inexplicáveis que ninguém chama de Deus. E os sentimentos não se santificam após serem crucificados...



Mas diga aí... Os homens que vestem títulos e falam que podem dizer por você através de suas cabeças vão pro inferno?



Supondo que seja de fato um homem gigantoso "pai de todos nós" e a terra é a "mãe", como é que a nossa própria mãe tão bem sabe desenhar o inferno??

... Já sei é coisa do homem...



Você e também coisa do homem.



Continuamos depois. Estou mal.

Boa noite. Durma com os anjos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Infecções & Dores. CO.

[] No pai de kafka fico a enxergar minha mãe.. Acho que se ela fosse homem seria quase irmão dele. Siameses na displicente dureza. E Samsa e eu na condição de inseto.

Ter empatia por um completo desconhecido é adorá-lo por instantes..

Chás e sopas de caneca e halls e aveias e leite e fruta e vitamina C efervescente borbulhando em meu coração. A cortina do céu é cinza. E cinza pra mim é a cor mais triste do mundo.

Devo concentrar-me mais no que faço de que em mim. Fazer o inverso disso tem me inutilizado.

.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"Uma vontade bigorna"

[] Lenine contempla minha noite sem saber.

Teria eu dito mais se no pôr-do-sol desta tarde meus olhos não estivessem dilatados. "Uma vontade bigorna".

Criados espermatozóides a partir de célula-tronco.

"Um desejo martelo"


E pela lacuna, eu respondo a minha dita melhor amiga:
"Ah... Querida... Mas as ilusões vêm do que convém... E convém mentir, fugirmos de nossa condição de sermos humanos, a verdade é vilã pois tira véu."


Soir.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Funeraldo Michaelista

- Amoleço o corpo pelo coração e o coração pela cabeça...


O jornal tem seus minutos contados. Se são preenchidos em repetição, certamente está ocultando. O mundo não para de girar nem quando fortemente desejamos. Portanto não para só porque repete...
Se repete, retarda. E em órbita faz o povo girar.

Ontem quis eu tanto e quando tanto quero pouco faço e nada tenho acabado sem terminar. Comi pão sírio de mercado como hóstia desejando sangue de Cristo. . Sangue ainda quero nestas veias inertes da alma ultimamente.

Ontem, pensei, que estou deprimida de espírito.

Hoje minha cabeça funcionou mal. Mais mal que o habital. Mal-me-quer em selva de quintal debaixo das folhas abismáticas e semente de Juá entalada.

Perdi metade de uma obra junto com "minha melhor carta" na agenda incompleta pelas calçadas.

Então nesta noite iniciei não a mesma porque impossível, mas inspirada em...


Haveria como não ser subjetiva no que faço se de minhas mãos que fazem partem o que tateio?



segunda-feira, 6 de julho de 2009

Frisson Brasileiro

"Existirmos - a que será que se destina?", me disse Caetano em sua sonoridade pela tarde. "À force d'ennueyer", me disse De Quincey pela manhã..., mas que isso significa? Será mesmo que toda definição é uma explicação?

Não farei jogadinhas de antíteses.

Penso demais em "Perfects moments".. São anéis ferrenhos de corrente sem alicerce. Não sei que é um alicerce verdadeiro, quero dizer, sei, mas não sinto, então finjo que esqueço por não sentir.

Pensei em dois amigos sob o pôr desta tarde do mesmo modo que pensei em Barcardi Oro com soda bem gelada. Não pensava que fossem entender nada, mas dá para doer menos na distração.

As notícias invariáveis sobre Michael Jackson diminuíram e sobre o voo 447 também, então morrem mais com H1N1 para tentar esquecer os porcos de verdade que ficam atrás dos bastidores..

Que espero e devo esperar.

As estradas que venho pego somem pelos caminhos desta transição eterna em minha existência.