domingo, 16 de janeiro de 2011
(Cadafalso cotidiano)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Montes Claros I
A língua submersa na falta d’água remedando
A interrupção do nada quebrantado
Cerveja frisando ininteligíveis injúrias racionais
A injúria da fantástica sucessão de dias belos...
Chove na terra do sol enquanto passo protetor.
Pele que sorri ao exalar
Hálito atmosférico
Longitude do asfalto que sussurra
A concisa rebeldia
Sem flor que brota de piche,
Sem pétalas declarando os malmequeres
Lá de longe por toda a parte;
O clandestino eterno do amor nos
Montes de cantos
Montes de beijos
Montes de sussurros sinfônicos em zelo
Montes Claros.
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Montes Claros II
O dia no fim da tarde começa.
Arde o sol tardio
Danço
E me visto de mulher
Natural
Vira complemento de l’amour
Sol na pele
Banho de música
Levanto a saia à alegria
Que me escapa na sucessão de dias belos...
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Montes Claros III
As estrelas de papel
que te dei quando cheguei
Voaram pro céu na minha partida.
Ida de eterno retorno
Eterno mar na sua pele de cachoeira
Línguas diferentes que se entrelaçam no mesmo país...
Nuvem de forma definida
Molha minha camisa
Me enxuga com o seu lençol
Para embalar os sonhos
Que escapam pela janela
Com meu cheiro
No incenso
Enchendo paradas e quilômetros
Fazendo do tempo que corre
Desconhecida cidade
Pisada sem caminhos
Na mais presente inércia futura
E as memórias passadas
Tornadas
Mortes Claras sem sacrifício
Sem crucifixo.