sexta-feira, 19 de agosto de 2011

(áspas)



          "O verdadeiro crime em nossa sociedade consiste em ser apanhado ou então ser tão pobre a ponto de não poder contratar a melhor assistência legal para se livrar das grades."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Em nossas costas

Bandidos dão gravatas por trás
Bandidos usam gravatas


E esse nó aperta mais uma garganta cortada 
no grito
de um rito de inquisição social


Enorme bola de fogo que escurece a Terra enlameada de suspiros incandescentes
marchando de esguelha ao pé d'ouvido
cheio de olhos de peixe
e nadadeiras afagadas
em micose rouca
inquietando um vazio
eternamente delicado em nós.


E então nossa conexão cai
E a televisão fica ligada
em qualquer canal
para sumir falsamente
a angústia que abre porta de geladeira e armários sem
1
por
que
Em nossa vida germinada e lutada por uma sustentação em nome de algum motivo-objetivo que inventamos
sem 1 por que.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011


Decaptalismo



Estou cansada 
de fazer poesia de choro hemorrágico!




Entre machado e trovão
cabeças decapitadas lambem
a violência animalesca
que não mata fome
e forma
um insentido sem fim
de micróbios malévolos.


E eu uso incompreensíveis imagens doidas
de palavras
para gritar no sussurro escrito
a verdade
que vejo
e dos olhos
corta
a
garganta
enforcada nas veias da artéria aorta.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um gole sobrevoando o abismo

I

Hortelã na linguagem
Um gole sobrevoando o abismo da deturpação espiritual que separa o corpo da carne.

Isolamento de imagem
Um pedido para ser invisível no abismo da deturpação espiritual que separa a carne da pele.

Rendição de passagem
Um bonde do futuro a percorrer trilhos que descarrilham meus pensamentos em nome da sensação que separa a pele do arrepio.

Paisagismo em triagem
Um quadro vivo pinta com tintas sujas manequins obesos. E com dor contorna a deturpação espiritual que separa o arrepio da sensação; a linguagem do paladar; a unha da carne; o corpo da pele; a sensação do grito. E o sentido disso tudo.

II

Quatro estrofes, quatro cantos do mundo. Cantos desafinados. No desalinho do pensamento. Vozes me dizem que.
Temos 5 sentidos e não encontrei 1.
Mas Norte, Sul, Leste e Oeste são quatro. Multiplicados por + quatro, cada um em ângulos retos que dão círculo. Girando um nada-mais-importa que dá alguma "poéticagem" indizível no divisível do momento qualquer em solitude que bebe em taça algum chá com choro segurado dando nesse nada bonito. Nada que já não tenhamos visto por aí.Mais lindo se ininteligível em discurso cênico. Nonde plateia é atores especialistas na arte de aplaudir quando acabar...






E fim.