terça-feira, 29 de novembro de 2011

Carta

Um dia você me disse que mereço tudo o que eu for capaz de conquistar... E o que tenho a dizer sobre reconquistar? Será ele maior porque é conquistar mais de uma vez ou inferior porque é refazer algo que não foi mantido?
Nem sempre "o que for pra ser" vigorará se deixarmos estar. Nem sempre... Agora aprendi a lição, agora compreendo melhor.


De repente agora senti uma louca vontade de encontrá-la numa cafeteria do século dezenove como uma cavalheira, completamente encantada com sua beleza.., disposta a conquistá-la como se nunca a tivesse conquistado em nenhum aspecto antes...


Mas neste século vinte e um, meus versos contemporâneos dizem que já a conheci e saboreiam violetamente a conquista de um sentimento tão belo... ..que estraguei da forma mais ridícula possível.


Neste dia de mormaço e sol ardido estamos distantes a ponto de o seu céu ser outro.. e eu a chamaria para comermos e bebermos uma Heineken ou um chá gelado, mas você não gosta de chá nem de cerveja. Essa não seria melhor forma de te reconquistar... Alors eu pediria um café. Porque, apesar das nossas diferenças, somente nós compreendemos o que é querer café numa noite de sábado entre dengos, poesia, filosofia ou assuntos banais...
Talvez eu queira sair e ter mais amigos que você, mas sabemos a delícia de um dia de chuva no isolamento de nossa casa ou no cultivo do pequeno jardim que não temos.


E é por isso que preciso te reconquistar. Porque o amor que sentimos é maior que qualquer coisa se permitirmos que seja.




          Com alma,


                                                                     Vanessa D.

.................... .. . Mancha

Tocou tango clandestino com soluços
Ombros escondendo cara sem face
Gosto de repugnância em fios de trança
Cabelos sem mais corpo
Esse ódio por versos expresso em poema
Gotas quentes num banho de queimar alma
Rabeca
Acordes orientais em grito silencioso
Taung Kalat é o destino mais adequado para quem não tem para onde ir
Piano sem mãos
Violão
Reticências do fim
Vergonha como ponto final
Choro em vírgulas
Toca tango argentino com soluços

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Source

A tempestade se anuncia neste londrino céu andreense. Ouvi gaita de foles nesta manhã e quis ser escocesa. Agora é quase tarde. Toca no meu aparelho sonoro chinês "Etnia"do Nação Zumbi e os batuques pulsando em meu corpo se misturaram com o mormaço me sussurrando Pernambuco no grito do meu sangue desconhecido. É... Sou um professorinha de Inglês com nome japonês querendo tatuagens latinas no ombro,, e isso me "mata" às vezes. Essa mistura de raízes e o desconhecimento de minha própria. Pernambuco ainda me chama.
E quero para todo o sempre a respiração montesclarense.

Ventania. Minha respiração, meus sentidos, minha fala, minha sombrancelha franzida, minhas poses... Só tenho coisas que esvanecem por enquanto...
Eu só era a gulosa dentuça e corcunda que não podia fazer as coisas como as outras crianças.