MEU AMOR,
São Paulo é assim:
Tu tampas os olhos das narinas
E fechas a alma sob a chuva seca
de trióxido de carbono
E então tua alma perambula
Permeando a grama de asfalto sujo
Nonde a grana é sugada
Pelos olhos sem membrana
que borbulham rasgados
em cacos de passos
perdidos na espera
corrida e distante
sempre tão perto de tudo
terça-feira, 10 de julho de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Fim de Fevereiro
Com tantas coisas
me deixo ao luxo de
parar
Pra impensar
os segundos que escorrem
da janela
No cheiro do gole
que agora me equivale a garrafa
quebrando minha cabeça
em mil e treze peças
teatrais
no corre-corre ignorante paulistanês
me dou ao luxo de.
Parar no trânsito
de minha vida renovada
das cartas vencidas
Pago minhas multas
sem sanar minha vontade
de atropelar
os carros da faixa de pedestres
Dou-me ao luxo
do inevitável engarrafamento de existir
Mas ainda pegarei estradas
retas e desertas
onde o motorista bêbado
me ultrapassará com seu hálito
e capotará
Me dou ao luxo de.
Ser assassina com os pensamentos
enquanto morro de
pânico ao andar nas ruas
vazias como
a engenharia de nosso passado
estruturado por órfãs e fascínoras
salivando meu nome anônimo
que impensa
tão inutilmente
como se pensasse.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Teacher
Bebi Litros de sol
Almocei maçã
Fiz regime de condição
depois de meu banho
de transpiração doce.
E o aluno ainda queria
que eu sentisse dózinha
de sua vontade de ir ao banheiro.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Trem
Um cara sem pernas percorre o trem numa prancha de rolemã. Uma mão empurra, a outra chacoalha as moedas numa caneca: Ele vende piedade.
domingo, 29 de janeiro de 2012
I
Por onde andar
o primeiro andar
sem escadas
sem escalas
de notas
que percorro
explodo
na delicadeza muda
além do que se vê
II
Eu já disse
o que não pensei
em dizer
Fazendo café
levemente adocicado
Encanto te espero
chegar na sacada
com milhões de pombos
com cordas nos pés
Guardando bizarrices
na sala do quarto em tapetes
de pedaçoes de cetim
na mala
das individualidades
que dividem cama
e chama:
a compreensão verdadeira do amor
Fazendo
do costume novidade deliciosa
de se respirar
Por onde andar
o primeiro andar
sem escadas
sem escalas
de notas
que percorro
explodo
na delicadeza muda
além do que se vê
II
Eu já disse
o que não pensei
em dizer
Fazendo café
levemente adocicado
Encanto te espero
chegar na sacada
com milhões de pombos
com cordas nos pés
Guardando bizarrices
na sala do quarto em tapetes
de pedaçoes de cetim
na mala
das individualidades
que dividem cama
e chama:
a compreensão verdadeira do amor
Fazendo
do costume novidade deliciosa
de se respirar
sábado, 28 de janeiro de 2012
Crohn
Fumando maconha enrolada
no apocalipse
num
dia de sol em copo d'água...
Desejo de rios, árvores e montanhas
estampadas
num quadro não pintado
que canta
sorvete com cerveja
num domingo de sangue
em blues
Bebendo, castamente,
libido líquida
com o pensamento
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Novelos de Cetim
E aquela promessa
que fizemos de
não dormirmos
sem nos resolver
Hoje foi soma que
se desmancha
que nem
fita de laço
em cima do
presente
(rodeado de
passados que
não nos deixam em
paz no que é
maior que tudo,)
tudo
que fizemos de
não dormirmos
sem nos resolver
Hoje foi soma que
se desmancha
que nem
fita de laço
em cima do
presente
(rodeado de
passados que
não nos deixam em
paz no que é
maior que tudo,)
tudo
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
TURGIDUS
Osmose reversa de lágrimas
lavando desejos impermeáveis
Alma tangível por pele,
por tela,
que revela teu belo sexo
me chamando em francês sussurrado,
agramático,
tocado na rádio que sintoniza o vento
que passa
lento pela fresta
da greta
do meu tesão.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
QUILOGRANA
Carne vermelha tem gosto de morte
Como
Preguiça tem gosto de sono
em meio à desordem
em meio à desordem
que desce na pele descida
Decidida na bolsa de valores
O meu vale um chá inglês
colhido por mãos malaias
cheias de sol e cicatriz
e um suicídio coletivo na fábrica de xbox.
BROWN BLOOD
The family is a meat
full of worms
I'm a "life striker"
to survive
Gastritis on the heart
clashes and no love
No nothing on the rest
Longing about
that don't happen
An oasis
or heaven
sábado, 14 de janeiro de 2012
Branco
Promessas dum prassempre
Noivas
que se casam
de branco sem serem virgens
Sorvete de ideias quentes
chovendo a sorte
em céu de boca nublada
dizendo amor
num beijo
num beijo
Bolhas no pé de
tanto andar por entrelinhas tortas
namorando o destino flertado
namorando o destino flertado
Assinar:
Postagens (Atom)