sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pintando Orixás

6h27. Três horas de lapso negro. Alguns chamam isso de sono.
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O canto de Omulu ecoa no martelo-bigorna de minhas mãos.
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Um moço que dançou ʃangô na boca lasciva de meus olhos..
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A explicação de uma carta inexplicável no meu pulmão.
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Ewa tem uma lágrima na pintura da bolsa de flechas.

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O hálito da boca de meus olhos cheia de éter pela madrugada pinta a parede em branco numa conversa a distância.

Uma lágrima. Uma flechada. Me cubro de palha. E danço inerte as imagens dançadas.
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Sento num pedaço de tronco sem vida para esquecer as lembrancas dançantes enquanto crianças criam nuances histéricos.


Sou omulu sem palha. Com muitas flechas.

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