sábado, 5 de setembro de 2009

Parte IV

Ainda que seja eu um Dr. Assumido, não ironizo minha própria profissão como muitos colegas. Dou muito valor à vida animal, humana em especial.
Se a carne é cortada é com zêlo, não considero como um mero pedaço de peça pendurada, já inerte, num gancho, não... Se for pra ser uma peça, prefiro dizer que é uma parte sob o domínio de minhas mãos. Facultei-me muito para isso, para ostentar o que já via desde criança sem diploma algum. Não precisamos de medalhas para ostentar o que enxergamos desde o início, mas talvez necessitamos das batalhas para adquirir tais títulos e melhor enxergar o que víamos. É bem relativo.
Eu poderia apenas falar que valorizo as pessoas pelas carnes que elas possuem, mas estascarnes teriam apenas o valor de peças de açougue se as pessoas não pertencessem a si mesmas.
Pode parecer frialdade ver deste modo, mas é meu mérito, entende? Diga aonde é que está o mérito das pessoas quando elas só valorizam realmente depois de ver o preço? "Tudo tem seu preço". As frases populares não surgem a tôa.
Como assim?
Uma vez ouvi uma história de um dono de um estabelecimento ajudando uma garotinha sem nenhuma má intenção. Coisa rara.. Muito cordial e sincero, após salvar a garota dos perigos da rua, finalizou antes de ir embora dizendo algo do tipo: Se cuida menina, tome esta ajuda e não se preocupe em me pagar. Eu tenho uma filha da sua idade e jamais desejaria que passasse por estes apuros. Fica com Deus.
Ah... Generoso rapaz ingênuo, Deus estaria com a garota até mesmo nos apuros. Afinal Ele é onipresente, não?! Tanto... mas podemos dizer para ficar mais bonito que Deus a acompanhava naquele momento de ajuda...
Mas estaria ela com Deus se o bom rapaz não tivesse uma filha?
Contudo eu creio em Deus,,, não creio é nas pessoas.
Não se incomode em pensar ou rebater sobre NOSSA bonita (e convencional) mesquinheza. Alguns a chamam de Amor e isso basta.

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