sexta-feira, 12 de março de 2010

Um cego mascando chiclete...

11/03/10 [en la faculté]


Não me segurei como o costume quase diário. Ele caiu da mente absorta pra essa mão esquerda que se enclausura no desafio de 'não-agenda' em dois mil e dez, o amor.

É mais fácil que eu cale a boca e endureça a língua do que que não escreva absolutamente nada, nem sobre besteiras que fico a pensar muitas vezes.

Eis-me aqui: morrendo nesta folha de fichário que teria a sorte de ter o preenchimento quase que desinteressado sobre alguma aula. Pourtant, desde os meus doze anos, eu ouvi dizer que não se pode prever o que é mutável ..

Mesmo tendo tal consciência, tive que errar muito pra perceber que não devo afirmar com tanta veemência as coisas.
Um exemplo? O amor.

O famoso amor que é um cego mascando chiclete e ignoramos. O famoso amor que faz os adolescentes se acharem poetas. O mesmo amor que pede provas, sendo ele um inevitável infinito-abstrato.

Como podemos jurar o sempre? Por isso que agora dizemos conformados que 'o sempre acaba'.
Somos lindamente hipócritas pelo hipnotismo. É lindo jurar por daqui a dez anos só porque parecemos sentir por mais de uma vida...

Não sabemos o que vamos comer amanhã, mas temos certeza plena daquilo que haveremos de sentir pro resto da vida... Por causa do momento.

Que eu seja 'dura, 'amarga', 'rude', mas hipócrita jamais.
Não que seja hipócrita aquele que não enxerga por não enxergar, mas se viu, aliás, se ouvir, com a própria voz que é feita na cabeça quando lê as palavras minhas, e se permitir ser cego vendo... Eu-não-perdoo.

Não prometo mais o que não sei. Você promete?



Posso dizer que amarei pro resto da vida quando souber que hoje morro. Et quelque autre chose.

2 comentários:

  1. "O amor é tanto, não quanto.
    Amar é enquanto, portanto. Ponto."
    (Roberto Freire e nós)

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  2. Já dizia o filósofo que não se pode prometer o amor; mas podemos prometer ações que normalmente são consequências do amor... podemos prometer nossas ações, ainda que, agora, com outras motivações... bem, mas o que um filósofo solitário e suicída sabe do amor, não é verdade? rs (vai saber!).. Eu muito menos sei, mas sei de promessas não cumpridas...

    Depois dessas palavras? ... provavelmente não; não prometeria outra vez.

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